Participei recentemente do evento Fé no Flow, com o Murilo Gun, e saí de lá com mais perguntas do que respostas. E, talvez, isso seja um bom sinal. Porque no território da Gestão do Conhecimento Pessoal (GCP), é justamente quando paramos para escutar, com presença, curiosidade e abertura, que o verdadeiro conhecimento emerge.
Afinal, como organizar o conhecimento de fora, se não acolhemos o que está dentro?
Sentir é um dado. Processar é uma prática.
Uma das falas que mais me tocou foi: “Sentir é um dado.”
Na GCP, falamos de conhecimento explícito e tácito. E os sentimentos, tão negligenciados no cotidiano racional, são uma das formas mais puras de conhecimento tácito. Eles contêm informações sobre o que importa pra nós, sobre o que está desalinhado, sobre o que precisa de atenção.
Ignorar um sentimento é o mesmo que ignorar um alerta de sistema. A diferença é que o “sistema” aqui é o nosso corpo, nosso coração, nossa história. Aprender a escutar esse dado interno é parte essencial da gestão do nosso próprio conhecimento.
Ordem e caos: a dança criativa do flow
Outro ponto que me atravessou foi a ideia de que o flow habita a intersecção entre ordem e caos.
Na GCP, é comum buscarmos métodos, estrutura, organização da informação. Mas se há apenas ordem, falta espaço para o novo. E se há apenas caos, falta direção.
É na dança entre os dois que nasce a criatividade. A intuição. A sabedoria prática.
Por isso, desenvolver uma boa GCP não é só ter um sistema digital impecável. É também permitir o improviso. É ter método, mas também escuta. Planejamento, mas também espaço para a vida entrar.
A presença como tecnologia de gestão
Num mundo acelerado, hiperconectado e barulhento, estar presente virou quase um superpoder.
Murilo dizia: “A respiração nos volta para o centro. A presença é onde o amor habita.”
Na GCP, a presença é uma tecnologia invisível. É ela que permite perceber padrões, integrar aprendizados, reconhecer o que é ruído e o que é sinal.
Sem presença, acumulamos dados. Com presença, transformamos dados em conhecimento.
É ela que cria o espaço interno necessário para a reflexão, a conexão e a ação consciente.
Mágoas ocupam espaço de memória
E por falar em espaço: guardar mágoas é como manter arquivos corrompidos ocupando memória no HD.
Murilo trouxe uma metáfora linda: “Mágoas são águas paradas. Sentimentos que vieram para te ensinar algo, mas ficaram.”
Na GCP, liberar esse espaço emocional não é só autocuidado, é gestão estratégica de energia e foco.
Perdoar, nesse contexto, é permitir que a mensagem se instale e que o lixo emocional se vá.
É limpar a mente e o coração para abrir espaço para o novo conhecimento, para a vida.
GCP é sobre ser humano
Talvez a maior lição do evento tenha sido essa: “Estamos aprendendo a ser humanos. Ainda não acessamos a experiência completa.”
GCP é, no fundo, um convite para isso. Para se conhecer, se escutar, se organizar, não para controlar a vida, mas para dançar com ela.
E, no fim das contas, a gestão do conhecimento pessoal não é sobre produtividade, mas sobre consciência.
Não é sobre “dar conta de tudo”, mas sobre escolher o que merece nossa presença.
É sobre deixar o sol que habita dentro da gente, aquele que brilha quando estamos em flow, iluminar a nossa jornada.
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